terça-feira, junho 28, 2005

Nada

Embarque

Nada o que colocar para fora, nem vômito. Cansaço não é colocado para fora. São movimentos peristálticos da preguiça afim de morrer por alguns parcos minutos numa tarde chuvosa. O vidro escorre o semén de Jesus que escorre após ele ter espirrado sua grande mangueira verlmelha sobre todos nós.
E dá-lhe a gritaria na companhia cosmodemoníaca de transporte coletivo (Salve, Miller) e eu tento em pé cochilar por alguns minutos e mais formigas entram no vagão, pareço suar frio.
Pareço feliz?
Pareço satisfeito?
Apenas pareço e desapareço!
Precisamos todos vagar. Mas um vagar desprendido de tudo o que se busca. Tudo é inalcansável, quanto mais de tenta, mais de machuca.
Lei do minímo esforço.
Quem nos dera capacidade para que assim fôssemos. Não adianta corremos atrás de tudo. Nem mesmo vejo mais o dia passar. Dentre celas a celas vejo o alvorecer a falo como um papagaio bebâdo sem beber.
Indiferença. Talvez seja essa a chave para a passagem dos minutos.
Indiferença.
Cansaço.
Ânsia de vômito.
Tardes perdidas.
SOnhadas e sentidas.
Pútridas e feridas.
Suco gástrico
Herculano Netto

terça-feira, junho 14, 2005

tarde de filme e sol

Embarque

Uma tarde saborosamente degustada à espera da ocupação e assim meio que pego de bobeira a assistir uma romântica película o cair do dia. A reinserção dos olhares, a motivação e oxigenação dos brônquios, desobstrução da vida.
Vontades buscadas no fim daqueles gavetas poeirentas, envoltas em envelopes pardos escondendo os corações rasgados.
E tentaram ser soterrados pelas possíveis escolhas. O mosaico maluco tentam pintar, o modos se sobrepõem uns aos outros as impossibilidades de antigamente colocam-se de outra forma.Afundamos todos e deixamos o suave movimento das águas nos carregar para a infinitude da esperança e uma noite de sono mal dormida, mas sonhada, pensada, gozada, experimentada de saudade e muita saudade.
Peito cheio de ar, inflando para gritar. Um urro de raiva e alegria. A possibilidade de provar do gosto da vida.
A real vida, a substância amarga do dia-a-dia, mas saudável a quem por mais vida precisa ser vista.
Vida, vida, vida. Um amontoado de sensações à espera de conceituações e um passeio numa tarde.
despretensiosa,
instigante,
dedos entrelaçados,
bocejos,
envoltos em braços morremos e nos ouvimos. Sim! A nossa máquina encarnecida bate. E sempre espera, mesmo que caminhando a outras pradarias, o ouvido ser colado no peito para ser festejado a batimentos.
Dispostos na vastidão de lençóis usados e entalhados momentos esperam ser concluídos e talhados novos e felizes sorrisos aguardam serem acordados lindos como sempre foram numa manhã de sol primavera que nos inflam os pulmões por vontade de vida.
Saber que algo vale a pena é alimento a ser dividido entre os entes vivídos que querem lastrar suas vidas pelos verdejantes campos do senhor homem.
De volta a antiga casa?

Desembarque

Herculano Netto

terça-feira, junho 07, 2005

Teimosia

Embarque

Suando. Perdendo horário. Dormindo pouco.
Sendo expectador de um assalto. Reluzindo o canhão de aço ao meu lado brilhava insistentemente e assim ainda olhava a aquele tipo de luz.
Montes de lembranças amontoam-se na minha cama quando deito e vejo o firmamento iluminar a minha vida, mesmo numa noite escura que o que brilha é o julgamento dos gatos noturnos, lutando pelos doloridos prazeres.
O ponteiro vermelho enganador olha-me sabendo que logo cedo o estarei observando espumando de raiva, pedindo que logo a morte se abata sobre este que vos fala. Não como saída, mas paz, silêncio. Solidão.
Multivisões num diapasão noturno. Estado no qual expomos nossas vãs experiências.
Um desenho animado de criança. Olhos sendo insistentemente arranhados por pó. Um cachorro carrega um carrinho pelas pálpebras.
A mesma coisa de sempre. O mesmo cansaço. A mesma indiferença.
Subindo as escadas vejo os olhos reluzindo de esperança. Cuspo nas faces da ignorância e ânsia de vômito permeia os sentimentos e os vapores.
Álcool?
Não senhores!
Silêncio, caixa verde, livros, lápis, discos, fitas, gavetas.
Gavetas! Engavetaram nossas felicidades, dentro dela reluz, além do revólver do indivíduo desta manha, cartas, fotos, cheiros, texturas, significados.
Uma geladeira num necrotério frio e convidativo a solidificarmos um outro reino.
Cá estamos nós, sozinhos, cansados mas vivos. Latejando em vida sempre. Perceba a grandiosidade da persistência pela vida.
Teimosia.

Desembarque

Herculano Netto

domingo, junho 05, 2005

Tarefas, obrigações, responsabilidade.

quarta-feira, junho 01, 2005

Transbordar e retornar. Incondicional.

Embarque


Adquiram a forma de produzir o maldito espaço!
Não é um dado apriori.
A espera continua, mas espaço precisa ser produzido. E tentação se faz no dia a dia.
Produza o tal do espaco, ele é ausência ou presença de sujeito.
O dado apriori é irreal. Retomo é apenas ausência ou PRESENÇA de um dado sujeito.
O amor forja espaço por mais espaço.
O sangue que escorreu de mim forjou uma couraça de papel higiênico.
Por que?
Por que é amor.
Precisa a mesma couraça ser destruída por quem de direito se apresente.
A espera sufoca e conter essa espera é um castigo para quem precisa do transbordo.
Transbordar. Retornar



Eu transbordo...
E vou recebendo a chuva...

Eu transbordo
sim, eu sei...

Sem dar vazão...
Eu transbordo...

Vou correndo sangrando a sua procura para estancar minha represa,
ou a ela destruir de vez.

Eu transbordo...
não meço as consequências
e uma enxurrada me compraz a ser assim.

Incondicional.

Eu transbordo...
e como um pequenino peixe que busca desovar no alto do rio,
luto contra a correnteza.

Eu transbordo...Sim...
Como aquele caminho d'agua que revolto,
destrói tudo que a seu caminho se prosta.

Mas a vida, torna-se vida, quanto mais sofrida se for vivida.




Não contenham o amor!
Ele perfaz nossa vida de dor.
Viva a via láctea do amor.
A sofrer por mais amor, cuspo meu labor.



Desembarque

Herculano Netto