sábado, dezembro 31, 2005

Nu e afeito por vida.

Embarque


E novamente uma coisa se fecha, como uma ostra morta que se fecha a vida. Meus pés cansados ainda marcham rumo a minha felicidade. Por muitas ocasiões não sei se ando corretamente pela linha que trespassa as nossas vidas, mas tento corriqueiramente ser um cara melhor, mesmo que muitos não achem, mas pouco me importa o que pensam, ou o que deixam de pensar.
Um ciclo ainda a ser fechado, e uma nova história a ser inaugurada a ser construída e penso, penso demais sobre o passado e sobre as pessoas. Choro pela esquinas da memória maldizendo minha história, mas isso passa é uma noiva coisa, se inaugura. E um coração sangra e deixa um lastro vermelho, é, assim um mapa de minha história. A mim.
Mais a ninguém isso importa só a mim. E as circunstâncias rescreveram o meu olhar. Ando descalço cansado pelos campos cheio de espinhos a procura de algo ou de um alguém e este é apenas a minha própria imagem, e forço o olhar para me enxergar e a confusão das lágrimas secadas no tempos passados servem para saciar a sede deste quando estas derreterem frente a radiação solar no deserto das compaixões. Bebo minhas próprias feridas que ainda vertem um certo líquido que serva para matar a sede por uma novo lugar.
Este ano de esvai, escorreu pelos meus dedos. Mas vivi, acertei um monte e errei um monte. Uma montanha de vida. Um enorme monte esculpido pela ação do tempo e sua correlação com as formas, as ditas circunstâncias. Este ano se foi. Acabou! Histórias ao ralo foram sugadas e fotografias retiradas amores despedaçados e tudo pela vida. Pela própria vida. Não canso de correr e um dia encontro a mim mesmo melhor, um pouco melhor que agora e um tanto melhor que o passado.
Como quando as folhas caem ao chão os sulcos da terra são corroído pelas lágrimas alheias que ainda rezam por um bem ao nossos entes e todos estamos tão cansados que esperamos baluartes da explicação da vida.
Por alguns taxados de mercadores da felicidade e por outros denominados de simples mercenários de vida. Eu olho e procuro um homem nu e despido de toda e qualquer esperança. Da resignação ao ostracismo e novamente uma coisa de fecha, como uma ostra morta que se fecha a vida.
As portas velhas foram demolidas e a chuva lava a pele deste que vos expõe estas impressões e ainda o tal não entende por pulsar um algo, o que não sei realmente, mas taxo de afogar no vale lamacento de outras decepções e outras virão e pronto estarei e certeza tenho que tanto nós como vós estarão prontos também para cada um a seu modo para afogar no mar lamacento nossas lamúrias e taxá-las de passadas. Ultrapassadas. E creio que todos seremos fortes para fincar a nossas bandeiras noutras elevações de terra, e marcando outros territórios todos caminharão por outros vales afeitos a se redescobrirem enquanto homens. Enfim este ano se esvai para mim neste exato momento são 20h03 min do dia 31 de Dezembro de 2005. Quero caminhar por outros lugares e ir a partes ainda não visitadas por este, cansado estou, mas disposição a mim não falta e nunca faltará, é farto é fato é vida.
Quero de coração um novo viver, uma nova coisa. Uma nova história.
A todos vocês que se despedem deste ano de merda que um novo ciclo se inaugure agora. Todos ainda respiramos e somos capazes de refazermos laços ou mesmo de destruí-los de uma vez por todas, mas por todas e em todos os âmbitos que sejam destruídos e limpados os devidos pratos.
Aqui cheguei e não pretendo voltar, minha pretensão maior é ser eu mesmo, deste jeito, nu e afeito por vida.
Por mim sei que ainda estarei cantarolando as orgias deste e por mais imperfeito que seja, se torna perfeito em tentativas.
Que um novo mundo se inicie, mesmo que no meu umbigo e para meu próprio entendimento.
A todos! Um grande gole!

Desembarque

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Voe, voe sempre que possível!

Foo Fighters

Embarque


Adrenado correndo ao encontro do nada e me jogo no infinito laço meu corpo ao nosso encontro.
Correndo a seu encontro com fones de ouvido que explodem essa canção e meu olhos lacrimejam por nossos sublimes toques, assim de supetão vou me jogando contra o ar e ele não resiste e joga meu corpo a frente sempre mais e mais. E mais alto ouço esta canção e corro como um leopardo africano a seu encontro e luto contra resistência do ar e a essa hora não enxergo mais nada a não ser um arco-íris formado a partir de minhas próprias lágrimas que deixam um lastro de tristeza e reconhecimento por quem já ousou trocar mais que uma dúzia de palavras comigo e continuo correndo a chegar ao fim de minha estrada sendo ela com ou sem asfalto. Parece agora as nuvens transformarem-se em caixas de som altas e todos ouvem esta canção e levantam seus membros por nós. Pulam todos das suas camas gosmentas e todas tão sujas de lágrimas que as jogam pela janela e as queimam, não precisamos mais de camas nem de roupas de dormir muito menos de nossos trabalhos. A torrente de lágrimas lavou os nervos dos homens e mulheres desta terra. Luto, corro até minhas pobres pernas bambearem mas não paro e prossigo num esforço sobre-humano mas ouço alguns acordes e luto contra minha indisposição e refaço os caminhos talhados e os esqueço, quero outro, outra, motivos me levam a correr sempre a seu encontro e enxugo minhas lágrimas sujas de musgo marítimo e avisto os seixos que me levariam a seu encontro e pareço estar sendo alimentando por gasolina e cuspo fogo pela minhas ventosas, gostaria de voar e aí chegar agora fugindo do meu monstro solitário pintado por anos a fio e como essa música é linda e inflamável e transforma em chama meu corpo traduz um novo significado a este cansado corpo que atravessa as vastidões áridas de nossos sentimentos e sendo empurrado e esmurrado por minhas próprias sensações correndo ao encontro do meu eu do mesmo lugar que tinha reconhecido e fujo dos que não me entendem e pretendo encontrar meu outro eu que lutou por mim nas guerras passadas e retornarei dos foscos passados e das luzes mal iluminadas e meu estômago ainda se retorce mas hoje de cansaço e não mais de medo ou supressão das vontades já que todas foram vividas sangradas e choradas. O último gole de vinho foi pacientemente bebido, mas cheguei tarde não havia mais uma gota de nada que pudesse alcoolizar este pobre ente querido de todos nós que luta por ele apenas e se esquece que esta luta pode ser universalmente reconhecida enquanto a luta pelo amor humano e carnal e escurraçado dos álbuns de fotografias e das lembranças corriqueiras dos lugares o reorganizaram e lavaram sua fachada e tudo foi re-contado e esquecido mas corro com estas duas pobres e magras pernas corro sim a meu encontro a cem por hora a passadas de um campeão olímpico que corre como um jato ou tubarão que sente o gosto de sangue nas águas salgadas não fugindo de seu papel na cadeia evolutiva corre atrás de sua presa e no meu caso a presa sou eu já que vou correndo a seu encontro e seu hálito me chama puxando minhas vestes carnes e tudo mais que possa compor este e esta musica explode das nuvens dos arvoredos do asfalto do céu de todos os lugares ouço essa canção e não acaba nunca e me bomba o corpo a não parar e não canso mais luto como um boxeador luta com propriedade e esmurro o vento que menos mas muito menos veloz que eu é atingido por meu golpes certeiros eu sou e eu vou eu luto e sinto eu choro e odeio eu amo e entrego o cálice à suas mãos.
Eu que sempre corri, não morro nunca. Por mais que queiram minha morte. EU SOU VIDA!


Desembarque



No Way Back


Lately, I've been livin' in my head
The rest of me is dead, I dying for truth

Make me believe, no more left and right
Come on take my side, I'm fightin' for you
Fightin' for you

Pleased to meet you, take my hand
There is no way back from here
Pleased to meet you, say your prayers
There is no way back from here
But I don't care
No way back from here

Wake me, I'm ready, somethin' don't seem right
I was dreamin' I was talkin' to you

Memory, bear me, know I've seen my share
Things I can't repair, I'm breakin' to you
I'm breakin' to you

Pleased to meet you, take my hand
There is no way back from here
Pleased to meet you, say your prayers
There is no way back from here
But I don't care
No way back from, here... yeah

Pleased to meet you, take my hand,
There is no way back from here
Pleased to meet you, say your prayers
There is no way back from here
But I don't care
No way back from, here... yeah

terça-feira, dezembro 20, 2005

uma coisa, uma história, uma indiferença

Embarque


Eu sou uma história mal contada esperando pelo abate na fila do matadouro.
Eu sou o seu pior pesadelo e seu melhor reencontro com sua história.
Sempre me apresento ao mundo como o descompasso apenas por mim sentido.
Sou eu quem vocifera ao pé de sua orelha as frases mais sujas ouvidas por um ser nestas terras.
Nem a cem léguas encontrarás alguém como este sujeito que ousou escrever estas pobres linhas.
Sim, eu sou o limite entre e você e o desconhecido. Portanto, não se aproxime...
Isso dói!

Desembarque

segunda-feira, dezembro 12, 2005

F. Pessoa

Cansa ser, sentir dói, pensar destruir.




Cansa ser, sentir dói, pensar destruir.
Alheia a nós, em nós e fora,
Rui a hora, e tudo nela rui.
Inutilmente a alma o chora.

De que serve ? O que é que tem que servir ?
Pálido esboço leve
Do sol de inverno sobre meu leito a sorrir...
Vago sussuro breve.

Das pequenas vozes com que a manhã acorda,
Da fútil promessa do dia,
Morta ao nascer, na 'sperança longínqua e absurda
Em que a alma se fia.







F. Pessoa

domingo, dezembro 11, 2005

afundando ou boiando na maré

"Reestruturação urbano-industrial no Estado de São Paulo: a Região da metróple desconcentrada"

E a merda do semestre que não acaba nunca...por favor joguem um salva vidas ou afudem-me de vez!

quinta-feira, dezembro 08, 2005

estaca zero

Eu ainda me lembro de tudo que quero esquecer, de volta a estaca zero.