quinta-feira, junho 08, 2006

Teodorus Amarellus Jeremias Juvenal

Embarque

Ele fica deitado aqui a minha frente, mas antes disso subiu por mim como quem sobe para o morro afim de buscar alguma substância. Esse filho da puta de aspecto doce e carinhoso não dá a mínima para nada, o negócio dele e comer e sair por aí desfilando o verniz de sua cara de pau como se fosse o rei da selva.
Costumeiramente ao citarem em rodas de amigos que teria de dividir a casa com este ser sujo, eu refutava de primeira. Dizia os contras de morar com um indivíduo que come as próprias sujeiras com sua língua áspera que mais parece um escovão de privada. Digo isso porque neste início de semana este ser a quem homenageio com estas linhas, deitou-se próximo e começou a lamber-se de maneira muito própria e satisfatória, quando percebi o mesmo estava enrolado a meus braços chupando suas patas quando sua língua resvalou em meu braço...
Neste momento depois de Ter usado este que vos escreve como suporte a subir nesta mesa deitou-se como o rei que pensa ser e a observar os seus súditos. Nessa ordem – o sofá, a mesinha no centro da sala, o espanador de pêlos, a caixa de fósforo, o isqueiro, a agenda, o controle remoto, e claro eu também deveria ser listado nessa lista do rei. Ele volteou-se pela mesa observando cada súdito seu com uma certa indiferença é verdade. Veio até mim, cheirou minha orelha, volteou-se novamente e deitou jogando ao chão uma agenda rosa e biombo de discos. Colou seu pequeno rabo noutra agenda e desmaiou neste exato momento.
A moral da história? Não há. Até porque ela não acabou. Acabado teria se este verme na semana passada não tivesse voltado a seu reino, deixando seus súditos tristes e depressivos.
Miaaauuuuu!

Desembarque

terça-feira, junho 06, 2006

mais e menos

Embarque

Gradualmente já estou morto.
Especialmente como anteriormente dito, a indiferença que nos permeia foi exaustivamente a tempos testada...
Afundar-se no mar da indiferença foi o marco na tentativa de apoderamento da vida. O mote central sempre foi a morte.
Não com medo da mesma, mas como linha processual de um caminho a ser seguido de uma forma ou de outra.
Sem medo, lido em algum lugar..."Não tenho tempo de temer a morte". Ela faz parte, estou vivo e pulsante.
Mais tempo, mais vida, mais linhas, mais sangue, muco, ar, dor, urro, menos pêlos, mais pernas, lingua, dedos, saliva...
Enfim...tocar o barco.


Desembarque