quarta-feira, abril 12, 2006

tsc

Embarque

Novamente sentado a espera de alguma idéia. E sem caminho algum uma porra de sede e por mais que litros e litros de água me banhe ainda sedento fico. Sabe por quê? Nem mesmo sei.
Ontem ao subir no ônibus vi uma senhora cantarolar a seu ente querido, ao menos assim parecia, que um dia qualquer ela conseguiria vencer a sua fraqueza e caminhar solícita pelo mundo afim de transformar sua própria vida. E ainda fico a pensar como essa senhora ainda tenta e relativizo com ela sem saber porque. Mas sabe de uma coisa, eu não sou tão bom assim como penso.
Ao vê-la deparei-me e depurei como caminho na terra. Tenho vontade de afundar minha cara suja na terra e sufocar-me de tanta raiva que sinto.
Sentado aqui arquiteto formas e mais formas de parecer normal e tento mudar mas sou um presidio em mim mesmo, preso pelas memórias e afogado pelo gosto da dor. Canso sempre do meu ranso e lanço as fortunas de um novo ser apenas em minha cabeça, folheio livros na espera de uma saída e canso de mim mesmo.
Viu! Aqui novamente estou e? E nada, nem torrão de açucar eu posso pegar e em enfartar disso, pois eu me canso fácil, eu preciso mudar e trazer um novo eu, como nunca consegui ser. Estou cansado, minha vida me farta, estou farto dos sorrisos, da comemoração furtiva sem sentido.
Agora alguém me diz aonde posso chegar? Eu sei, ninguém pode dizer nada e por este motivo me sento e tento mudar o caminho e articulo tudo na minha cabeça, mas nada muda e continuo como um jumento carregando meu pobre mundo e mudo fico.
Cansei-me de tudo, e de deste escrito.
Não devia jamais nada e fugir na imensidão do nada. Meses e dias atravessam minha cabeça como uma flecha.
Angustiado numa escada, fracassado, fraco, imóvel.
Tens medo? Eu tenho um caminhão de fracassos, e não quero o amor coletivo a reunião...Quero só...Só eu posso assim ficar sem nada, e assim sem poder articular. Um miserável, covarde, fracassado, vil.
Que tento aqui retomar? Um algo, uma antiga substância.
Devia nunca Ter crescido, ainda a ser aquele ser que ficava no final da sala escondido de todos e de mim mesmo a querer explodir as doces cabeças de todos.
Eu odeio o mundo e não sou o primeiro a externar isso. Nem articular mais nada, me perco no turbilhão do tudo. Um enorme fracasso em todas as extremidades de meu ser. Não quero ser melhor que hoje, o agora basta e um feixe de luz poderia tostar este lixo de ser.
Tudo isso para o que? Para o desfile pobre de um sorriso amarelo e sem graça, e sabe mais o que a falsidade que todos carregam.
Pra quê?
Pra onde?
Por quem?
POR NADA!

Desembarque

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