terça-feira, julho 18, 2006

Cortiço

Embarque

Eu tinha tantas coisas organizadas nas gavetas da minha caixola que estas tantas coisas estavam dispostas a servirem de acordo com os usos que fossem quais fossem as necessidades lançaria mãos a estas lembranças que vagueavam como naus no infinito mar.
Ao ser lançado nas correntes revoltas dos meus pensamentos visualizava imagens de minha infância e juventude, e como estas tinham marcado em mim uma memória avessa a que tinha sido construída através dos reveses de nossas vidas. Recordo-me de diversos fatos e como estas foram cindidos em meu corpo.
Atravessando este imenso aterro de impressões, reportando e recortando muitas das minhas viagens ao centro do meu ser, lembro-me de um dia destes, enquanto visualizava o matraquear verborrágico de um circulante no centro da cidade como minha cabeça viajava pelos confins da minha memória.
Grandes merdas tudo isso...
De que importa este paupérrimo texto...que vai do nada ao lugar nenhum. Tenho quilos, caralhadas, montanhas, toneladas, litros de textos a ler.
Umas parcas semanas a dar conta de estudo, e voltar ao trabalho. Mas que penso dessa vida medíocre e chata.
O vai e vem de sempre, e eu tentando a todos enganar, ou com sorrisinhos amarelados falsos, ou com um pretexto de diamante verbal localizado a este endereço, tão pobre e idiota quanto eu.
A raiva que sinto de ter-me apercebido do quão igual a um escaravelho rola bosta que sou, que tive de recompor a uma idéia do que ia escrever arquitetando e organizando na cabeça, tudo nos seus mínimos detalhes tal qual um vira merda que vai rolando na terra com um borrão de bosta.
Acho que nunca usei de tantos palavrões pra me expor aqui. Isso é triste, me refugio ao lugar comum, perdi, zero, vazio. Escoltado ainda pelas memórias e agora pela raiva.
A incapacidade do ser. O porvir, devir, sorrir, fingir. Fingir.

Desembarque

2 comentários:

Anônimo disse...

fingir?

Anônimo disse...

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