sexta-feira, janeiro 25, 2008

Engrenagem Humana

Embarque

Quando fui descendo do ônibus pude observar o trajeto que faria da minha vida a partir das transformações que a mim vinham sendo desenvolvidas. Eu não era mais o mesmo.Tentaria me livrar do passado a busca do futuro.
Dessa forma iniciou-se o trajeto das minhas lamentações pelo vasto mundo. Ao deixar minhas memórias soltas, pude verificar que recortei tudo a fim de alcançar um certo sentimento de paz interno e duradouro. Obviamente não alcancei tal objetivo, e não seria nem pelo fato da própria manipulação das minhas memórias, mas sim, por diversas outras questões que chamariam minha atenção no decorrer do trajeto deste pelos lugares. Nossa atenção é uma coisa engraçada, ontem me peguei observando o bailar de uma garota pela rua. Via um belo traseiro desfilando acintosamente no arruamento, e transformava a rua numa espécie de ponte movediça, que se move ao suave toque de seus pés no chão obrigando necessariamente o bailar de suas ancas. Ela bailava de um lado a outro da calçada e eu observava o seu dançar de forma que tudo balançava ao nosso redor devido ao poder destruidor de suas ancas, ou seria de seu bailar? Bem, deixaremos essas minúcias para outro lado. Ao movimentar-me no mesmo molejo da garota a ereção me pegou desprevenido, só que eu mais parecia estar tão enfiado naquela bunda que uma ereção naquele momento não me tiraria atenção daquelas formas arredondadas e macias.
Se houvesse a possibilidade de viver numa anca, eu viveria. Mas sem dúvidas. Sentir o suor escorrer pela maciez de uma grande bunda, pertencer a aquele lugar, desfrutar de todas as benesses de uma vida regada a suores e odor de merda. Uma delícia praticamente. Sentir as formas dos sulcos diariamente, pertencer ao mundo das curvas, das ascendentes e das descendentes.
Referindo-me a prática do manuseio de uma bela anca, me lembro que dias atrás ao manusear aquela linda porção de carne, eu pude ver suas formas serem ocupadas pelas minhas mãos. E deixei estacionada minha mão naquela grande e robusta sacola de carne até que eu me cansasse de tal atividade. Observei as formas se transformarem através do contato de minha boca com a superfície tenra da daquela área, percebi que tinha ficado arrepiada de acordo com o manuseio do maquinário. Mexer num corpo feminino é como observar o movimento de um motor de carro e arrumá-lo, caso de alguma emergência, de preferência aquele ajuste que necessariamente você terá de enfiar a mão. Não digo desses novos espécimes com motores, que mais parecem naves espaciais quando abrimos o capô do carro. Eu falo de enfiar a mão no motor e mexê-lo de cima a abaixo, redirecionar suas peças e suas engrenagens de modo a sair com mão suja de graxa viscosa.
Devemos enfiar a mão com gosto e perceber os dentes da engrenagem, a localização dos parafusos e porcas. Ao besuntar com mais graxa a engrenagens devemos movimentá-las de forma a ligar o motor e escutar o relichar do motor e esperá-lo esquentar.

Desembarque

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