sábado, setembro 11, 2004

Lucidez e saúde. Aqui sempre jaz alguém...e rumo ao firmamento.

Embarque

Lúcidez


Pois é…perdi a minha capacidade de arquitetar a própria desgraça. Fiz o que achava ser impossível. Dar um fim em tal coisa. E ainda me esqueci de outras. A vida passou.
As linhas desta pequena mensagem a quem lê, podem soar totalmente desconexas e sem sentido algum.
Mas só eu sei o que se passa dentro de mim.
Preciso romper certos invólucros, tenho de digerir minha própria dor e continuar a frente, como sempre fiz. Calmo, paciente e compenetrado nas minhas obrigações que não são poucas.

Pode ser que não seja tão ruim assim,
pode ser que a maior dor é a ausencia não sentida,
pode ser que meu espaço ficará ainda mais espaçoso,
e meu lugar assim,
não será tocado tão sublimente.

Meu lugar! Mesmo sabendo que me acho na incompatibilidade de mim mesmo e assim, com muita dor, dou um passo à frente não acho que um lugar mais específico que não seja esse do conflito possa ser ocupado tão facilmente.
Mas que estou eu falando? Lugar a ser ocupado? Não!
O lugar não está em mim! O lugar, sou Eu.
Nada de facilidade didática em explicar as coisas. Se o lugar sou eu, e não apenas uma bacia. Sou o mesmo lugar de ontem a noite e de hoje?
Não, acredito que não...então que se foda o Descartes, Newton e o Kant.
Nada de espaço a priori, e nem lugar substrato.
O meu lugar é um colo, mas num caráter bem definido da relação.
Lá se foi o cartesianismo geometrico... puffffff.
Venceremos!
Com meu suor escorrendo pelo rosto e pelo corpo em extase profundo, eu me enxerguei. Não sou mais como era, e é ótimo poder ter essa capacidade de abstração a partir dos conflitos pelo que passei.
Por isso busco cada vez mais a minha lúcidez e paz, vamos dizer uma paz interior mais específica do que a proclamada por gregos e troianos ascendentes do sujo senso comum.
Num rompante de coragem, pude capturar o que sempre esteve em mim e que necessariamente penso ter perdido por algum tempo, é verdade.
Não que essa perda tenha gerado coisas ruins, muito pelo contrário. O conflito que vivi e ainda sou palco do mesmo, me faz ir adiante sempre e rompendo com minhas próprias amarras e construo mais fortemente esse Alessandro que todos conhecem.
Estou triste sim é verdade. Mas a dizer...fui contemplado por mim mesmo. Por me achar no meio do turbilhão de sentimentos e mais uma vez, poder dizer que tomei a atitude certa neste momento em que meu coração rasga cada centímetro puro de meu corpo.
Romper o invólucro do medo, me é sempre bom. Sinto capaz de ir a todas as áreas do mundo seja com quem for. Com Deus ou Diabo...seja na terra, seja no sol...
Poder caminhar, tendo eu mesmo a autonomia de poder arquitetar e testar, mesmo que com um vazio que a palavra “vazio” não abarca, as minhas próprias verdades de vida construídas, e muitas vezes colocadas em xeque no decorrer desses 26 anos.

Enquanto observava e ouvia sua voz a me cortar.
Vi em seus lindo olhos, a paisagem do nada.
E a me entristecer o coração.
Corri a sua perdição,
me perdendo também.
Mas sabendo da nossa incapacidade de viver,
Vivi!
E como nunca a provar das frutas no pé
Subi na copa da árvore...
E de lá, de repente voei...
Ao firmamento agora eu vivo.


Saúde.

Desembarque

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