segunda-feira, março 14, 2005

sal e pús

Embarque

A quantidade de porcaria ouvida n'algumas horas de uma simples entrevista de emprego enoja pulsa e faz ranger meu dentes na impossibilidade de virar minha mão na cara de um ser que de tão infeliz conserva em sua mesa uma foto com um estadista que como outros busca saídas no uso da retórica vazia e verborragia populista.
Impulsos sanguinários de um jovem descalço pisando sobre cacos de vidros que ao fincarem em sua pele transformam-se em pregos chapinhados de pús que escorre pelas bocas e gargantas sujas tornando imagens de sereias nuas capturando piratas em alto mar à beira da loucura aos pés de uma ilha de sal.
Capturar imagens do passado ressignificá-las e partir a frente de peito aberto recosturando as feridas e esperando que novas sejam rasgadas.

Dias e mais dias se passam, horas minutos feridas. Tudo escorre como pús vertendo de uma nascente de carne ou lava que desce de um vulcão prestes a explodir.

Desembarque

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