segunda-feira, janeiro 09, 2006

“... os dias que eu me vejo só são dias que eu me encontro mais, e mesmo assim eu sei tão bem...existe alguém pra me libertar”

Embarque

Três tentativas desperdiçadas frente a milhão de idéias de escrever sobre mim mesmo. E no final alguns rabiscos são paridos numa dor imensa. Gostaria de Ter o tal fluir sobre a arte de escrever, mas isso pouco importa.
Sinto que preciso mesmo de um óculos, pois este período sem essas malditas lentes estão me deixando louco, faço a promessa de amanha ir atrás de novos olhos.
Preciso também de um grande amor. Às vezes me sinto uma jovenzinha que implora por isso, mas sinto que preciso como Whitman diz, empurrar um tal músculo. No meu caso acho que preciso empurrar novas lembranças a se tornarem novas histórias. Minha cabeça dá um nó do tamanho dos nós que temos de linhas férreas aqui nesta cidade.
Hoje uma tal indisposição visitou-me e forçar a vista para ler é uma merda, em certa medida até dói acima dos olhos...Mas está escrito ali em cima...de amanha não passa. Mas voltando ao tal da indisposição, pois é. Não botei a fuça fora de casa. Não sei por quais coisas, mais fui acometido para agir assim. Tinha algumas coisas a fazer ficaram ainda a fazer. A insônia veio como sempre, a lembrança por corpo e consequentemente masturbações, banhos para um dia quente como este.
Ter feito arroz, lavado louça e outras tarefas de cunho domésticos, mas tudo isso no perímetro de casa, nada além disso. Os compromissos desmarquei-os, melhor assim, sem responsabilidades por algumas horas. Apenas esperar o fim do raiar do dia de hoje. Amanhã talvez melhor eu esteja e mesmo que não, coisas precisam ser feitas e me conhecendo do jeito que conheço as farei.
Eu sou um grande rochedo, as vezes as ondas arrancam um pedaço de mim, mas fico aqui resoluto, e das minhas possibilidades retiro a força que me guiará ao amanhã...que seja um pouco mais feliz que o dia de hoje. Um pouco disposto e propositivo. Não tanto ao ostracismo.
Gostaria sinceramente de vazar algumas coisas, sinto-me inchado de não sei o quê. Alguma substancia circulando por mim a produzir certos efeitos e a mudar a forma como lido com certas situações e espero um fim pra tudo isso.
Assim espero, ou melhor...assim me talho.
Ah quer saber...eu quero mesmo é me encher disso, estar ali absorto pela presença, sentindo o fluir dos vapores que nos levaram a este lugar. Isso mesmo, cansei-me de um monte de coisas, mas ao mesmo tempo estou aqui. Diante de mim apenas um grande monte de rochas, mais ninguém e talvez um cavalo. Escalo o monte ou cavalgo pelas planícies? Escolhas, escolhas, escolhas, perdas, perdas, perdas e algum ganho.
Mas o que estou a falar?
Nem mesmo sei, me perco a todo momento num turbilhão de lembranças boas e ruins, fico absorto em minha cama as sentindo como um filme passando pela minha retina da memória a iludir-me que estou neste lugar por aqui, por ali.
Preciso de uma bóia salva-vidas.

“... os dias que eu me vejo só são dias que eu me encontro mais, e mesmo assim eu sei tão bem...existe alguém pra me libertar”

Desembarque

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