quarta-feira, outubro 07, 2009

Um pouco menos...por favor...

embarque

Os dias passam mais estranhamente nas últimas semanas. Ao passar pela rua Augusta é perceptível o trastejar dos perfis de redes sociais que maqueiam suas personalidades. Na verdade, uma época chata esses anos 00. A internet conseguiu de certa forma democratizar o acesso à informação mas não ao conhecimento, e o que vejo é o bailar de idiotas pra cima e pra baixo como num desfile de carros alegóricos num carnaval esquizo.
Pra se ter uma idéia...é tão chato conversar com alguém, que a coisa se torna uma troca de blog´s onde discografias ou livros estão disponíveis...
Nós, e me incluo nisso, não temos mais a capacidade de contar uma história com suas tortuosidades discursivas. Temos sim a capacidade de dissecar tudo como num matadouro. Todos sabem de tudo. De religião a construção de canecas, de fotografia a mecanismos de tração, ta tudo na internet. E o problema não é a internet, mas o jeito que eu e você usamos essa ferramenta.
Um exemplo claro disso, é a minha relação com a música. Gosto de música. Sempre gostei.
Quando muleque comprava um disco e ficava a ler o encarte procurando informações para estocar na minha memória e ir atrás de outras coisas. Mas isso demandava uns 2 meses, ao comprar um disco, eu o dissecava de ponta a ponta, norte a sul, leste a oeste. O ouvia à exaustão, cada detalhe não me escapava a atenção. Já hoje, ao adquirir novamente possibilidade de baixar discos, eu fiquei meio louco por algumas semanas baixando qualquer disco que me viesse a mente, e o resultado disso? Conheci algumas coisas legais, mas no geral baixei discos por compulsão, e se ouço 30% do que baixo é muito.
Todo mundo faz um download de qualquer artista, mas fazemos tentando pegar antes de qualquer outra pessoa a fim de construir nosso perfil nessa rede social e anexar mais um informação a ser gorfada numa conversa qualquer...
Sinceramente...Alguém pode me explicar um pouco o que esta a acontecer com o ser humano?
Eu não entendo mais nada...

desembarque

2 comentários:

Felipe Carrilho disse...

Alessandro,
Você conseguiu reconstruir a história contada nesse post com "tortuosidades discursivas" no bar. Nem tudo está perdido.

Abraço.

Gustavo disse...

é djow, ta feia a coisa