terça-feira, fevereiro 01, 2005

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sexta-feira, 11 de junho de 2004
Embarque


Suplência


Essas são apenas poucas linhas esboçadas numa tarde em uma praça de alimentação de um shopping qualquer, cansaço da vida e de estar naquele lugar.
Terça –feira à tarde enquanto o suor frio escorria pelas minhas costas, como no imundo córrego que desce e deságua num outro que vai a outro e assim por diante, sentia o sol frio chegar a meus olhos, mas não tinha equivalência com o que ele representava. De pastéis a sucos corria meus olhos pelo longo caminho que teria de ser trilhado.
Ardência nos olhos e minhas pernas destruídas pela batalha da distancia. Naqueles dias não estava necessariamente triste, mas sentia um tal aperto. Daquele que vai da garganta ao estômago. Devia ser a eterna espera, ou o horizonte de situações do passado que se esboçaram no hoje. Mas tocamos o barco, a fé é inabalável, mesmo com as propostas sem face e nem arranjo certo, dá impressão de palavras soltas no ar? Não. Eu vejo o andamento.
Nem mais ao lápis conseguia segurar naquela praça de alimentação.
E aquele homem me olhava e mastigava sem mesmo perceber o que comia, e não só ele fazia isso. Por dia irão se mastigar, rasgando cada pedaço de seus corpos. Não se observam, mesmo comendo parecem maquinas, introjetam isso e vão embora, todos. Sem excessão alguma, todos.
E eu ali, que tanto sinto as minhas dores, fico a descrever numa folha de papel os tipos que pasmam nessa cidade. Com o banco desconfortável, luto contra ele e o sono some, e o corpo dói, meu cansaço é muito maior.
A vida pra todos resume-se a sentirem que tudo é preliminar a morte, sendo todos sugados pro vortex negro, esboçam sorrisos amarelos como pêssegos recém colhidos.
São quadrículas e se movem como tais. Se amoldam dificilmente e não são curvilíneos. Retos e todos sem graça.
Se colocam no mosaico cartesiano de mensurabilidade, Isso é a vida de todos.
Morram, são como o teto. Quadrículas suspensas sem cores, nem atrativos.
Quero o amor, não como uma quadrícula dessas, mas algo como um monte que é esculpido dolorosamente pela ação da erosão. Que desce violentamente arranhando e mordendo a terra, movendo-a a outro lugar.

Titularidade

Desembarque



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