segunda-feira, fevereiro 07, 2005

A morte criativa

Embarque


Duas serpentes, uma vontade apenas. Um touro e se eu algoz. Um fio de cabelo e possibilidade do mesmo ser o fio retalhador e o divisor de águas.
As serpentes estão depositadas em meu corpo, ambas necessitam assassinar a outra para reinarem sózinhas na vastidão de meu corpo. Lutam pela paz própria e por vezes peso minha vontade a uma ou a outra.
Um forte touro se atraca com a parede de madeira, seu inimigo um homem, apenas um homem. Também estão ambos com sede de sangue. A morte criativa para ambos, a luta.
Um fio de cabelo e com ele separo o dia da noite, fazendo assim uma escolha e contemplando a divisão...a diferença.

Lavando minha pele muito forte, minhas mãos tremem e sinto a indisposição que as mesmas demonstram. Procuro palavras, mas elas escapam, pelas mesmas mãos cansadas e que já viram tantos verões nascerem e morrerem.
A serpente que vecerá eu não sei, apenas sei que uma delas sairá se banhando no sangue da outra.
A luta na arena madrilenha apenas busca a certeza de ser daquilo, a morte, sangue, fim.
A noite se divide com o dia, nunca se encontram totalmente. Pares, irmãs de sua mesma sorte - o não encontro.
Abrirei as comportas de meu corpo, e as lágrimas que há tanto tempo vem precipitando no alto da colina escorrerão pela vastidão das planícies e inundarão os veios de meu mundo.

Idéias, medos, caos

Desembarque

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