terça-feira, fevereiro 08, 2005

sujeição a rendição de meu coração.

Embarque


Cai de corpo e alma e tudo o que resta deste indíviduo no reino das convenções sociais, parti-las era meu emprego, ser sugado por um vortex de dor e de autoflagelação. Reecrevendo a própria história e reescrevendo a própria humanidade que me diferencia dos outros. Segui caminhando e acreditando na pureza de minhas palavras e no sentimento que se esvai, rasgando e talhando novamente a renascida humanidade e continuo a reescrever a história. A ser o único capaz de romper com o círculos das convenções da cotidianeidade. Errar é acerto.
Água! Queria sê-la para de pias chegar a algum esgoto e depois a uma galeria e de lá algum corrego, rio, até desaguar no mar. E sentir que no meio de todos estou sozinho, a preparar mais um tsunami de amor, e novamente a elevar a animanidade a escala da humanidade reconstruída.
MInha fuga é desesperada por oxigênio e por vida, aos outros esperam isto ou aquilo e vou por alí novamente a romper comigo mesmo o círculo, ou melhor, tal invólucro da perdição, do medo, do sinismo, da sujeição às nossas porcarias convenções...medo de ter medo, medo do sofrimento, medo da escolha, medo do amor, medo de provarmos a felicidade que permeará a vivacidade de todas as cores e diferencialidade de cada textura que estamos acostumados a não ver.
Enfrentar um exército sabendo da impossibilidade da vitória, rumar ao desconhecido já alertado para a vastidão de ferimentos que produzirão. O reino das palavras exprimirá minha dor, angústia e felicidade.
Entrego meu cansado corpo à construção de meu próprio destino. Não faço mais questão, vivo cada dia provando do fim da existência da luz, e saldando o começo da escuridão, felicitando que a ela eu possa aceitá-la e num duelo passar incólume a mais uma noite fria e fluída.
Felicito-lhes, dias e noites, por fazer da minha vida uma dicotomia de momentos, a sujeição ao conflito e a dor a possibilidade da mudança só assim é possível e passível. Abaixo de um edifício dolorido corporalmente construído pelas calejadas mãos de um pedreiro da vida.
Destruo e construo, luto e me entrego...ao intemperismo da vida, a humanidade, o fim é começo.
Faço destas minhas palavras de alívio e de sujeição a estas condições, sem abaixar meu horizonte. É meu zênite que guiará meus passos e nada além da vida, da mais vivida e dolorosa vida me tira a possibilidade de tentar, suar, chorar, romper, cair e levantar, assim a prosseguir no cosmos de cada pessoa.
A eterna busca pela felicidade é permeada, pela eterna busca a infelicidade. Lados de uma mesma moeda e me acostumo com a impossibilidade de ter apenas um dos lados, até melhor. A infelicidade pode dar o rumo a este homem que vos escreve.
De súbito senti o punhal cravado em mim, no meu peito. Retirei-o e vi meu vulcão a pulsar, por amor, vida, sujeição a rendição de meu coração.

Desembarque

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