quinta-feira, março 03, 2005

espinhos

Embarque


Perfurado e sangrando caminhando dentre as densas matas a procura de um tesouro. Escavo com minhas mãos o úmido terreno e as camadas de terra depositam-se em minhas unhas enegrecendo-as. Tentando sugar a última gota de água que verte de uma folha espinhosa.
Rasgo minha lingua e o sangue escorre dentro de minha boca, sinto o gosto do ferro que tempera tal substancia e desce pela garganta queimando o cano corpóreo que compõe estas cinzas como um pouco de sémen bebido por uma virgem louca extasiada numa cama de motel qualquer pedindo por mais rigidez fálica.
Suplicando a morte talho em meu corpo a ferida e cicatrizo-a após segundos. Eu tenho o poder de esculpir meu destino. Sou senhor. Deus. Rei. Escravo!
Traduzo minha dor numa nova lingua, um novo testamento. Uma coisa nunca d'antes sentida por ser algum, cumpro meu dever nestas terras. Achei meu tesouro!
Deposito-me sobre as cinzas de indios e indias suplicando pela forças de suas vidas. Já me abasteci e de suas fezes, retiro todos os dias os alimentos necessários a composição de forças.
Uma nave pousando loucamente sobre seu ventre, enquanto o universo se espande dentro de si. Reduzo a vida a espamos sexuais e jorro dentro de ti uma mangueira do amor, temperando suas carnes com minha lingua e meu sabor.
Cuspo a alegria dentro de seu corpo, e meus olhos refletem o poder de meu falo em riste, posicionado estrategicamente a ser estocado em nossos vãs devaneios por noites regadas a vinho drogas e tudo mais que queira compor tal exploração.
Sugo teus liquídos afim de sacear-me e bebendo suas entranhas fazendo das suas as minhas e vice-versa construindo o amor de nossas vidas e estabelecendo a linguagem do amor mais puro e sujo que pudemos provar a liguagem sexual carnal.
Trepar, foder, amar, gozar. Despejar dentro da boca dos úteros em fúria uma carga elétrica de vida e força e arquitetar por entre anos os próximos e morrer por entre dias a morte vivida provada a segundo de minhas lembranças
Morreu?
Sumiu!
Dialogar com o vazio dentre todos à nossa volta, percrustando cada olhar sem observar extrair do silêncio a verdade que regrará os próximos tempos e caminhar a algum lugar de lá esplanar para as rochas todos os itens de minha história. Cair numa fogueira e deixar queimar até as cinzas se reajuntarem e novamente ser alguém.
Morrer! Rasgar estas carnes arrancando a universo cósmico que se funde a outros. Basta!
Basta!
Lágrimas escorrem e caem na pia e na talharia amontoada esperando uma simples lavagem as caixas de som gritam e não escuto o silencio grita mais que todas as bombas nucleares a disposição das coisas nada diz a respeito o vácuo está vivo mais que nunca. Cumprir a tarefa e gozar como um cavalo extasiado por sua égua e depois correr ao abismo e de lá encontrar seu próprio eu nas afiadas rochas que prostadas lá embaixo o esperam.

Desembarque

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