segunda-feira, abril 04, 2005

morte e silêncio

Embarque

O relógio teria parado naquele momento se não fosse a minha força de erguer a cabeça e esquecer o quão diferenciado são as situações. Únicas em vida!
Mas o que é que tento em vão expressar e a quem tento enganar?
Alguém vivo a me escutar? Não!
Um sufocante calor que faz brotar de meus póros o suco da dor, meu suor escorre e mistura-se a lágrimas mais salgadas que nunca. A possibilidade da mudança vem da chance de utilizar as situações como pontuação a ser conferida aos participantes. Mas que merda é essa de vida que se conjuga dessa forma idiota de princípios? Pega-se o bonde apenas na impossibilidade de a outro lugar rumar. Sempre no não, na negatividade. Não na propositividade. Na semelhança das almas, mas na pobreza argumental de que os ponteiros vão andando a esmo e o vácuo é um sintoma deste mal.
Tudo a cargo de milhares interpretações. Todas a espera do que mesmo? Sim! Uma porta a ser aberta apenas no crítico e por assim hipócrita momento da saída utilizando as mesmas armas que se predispôs a usar de antemão...O que mesmo? Não preciso aqui conferenciar que armas são essas.
A desintonia é clara, já diagnosticada há muitos milênios. Saberia eu aferir novamente isso num outro lugar? Carregaria eu, a possibilidade de apreender por quais terrenos devo caminhar e a que modos faria isso?
Um não cuspido por anos, faz diferença.
Idealizar. A palavra da vez é esta. Vamos ao grande livro.
Idealizar. 1, Dar caráter, perfeição, ideal. 2. Planejar, projetar, conceber. 3. Criar na imaginação, imaginar, fantasiar.
Taí esta última. Criar na imaginação, imaginar, fantasiar. O que disso não confere a mim? Minto a mim mesmo sobre mim e sobre minhas fantasias, idealizações enfim...Sobre este que vos escreve. Tão pequeno e sórdido hermitão da esperança e da idealização. Da minha mentira.
Ora bolas é isso. Um espelho de mil faces, que sempre pego as mesmas imagens. As paraliso e começo a pintá-las. Pequeno ser tão nojento e vil.
Nojo e angústia por mim mesmo, isso sou eu. Em constante processo de vivificação. De luta. Humano demasiado humano entregando-se aos defeitos mais baixos.
Baixeza. Este é sim um dos adjetivos deste que vos fala.
Tenho asco e não nos socorram afim de ajudar-nos. Como há milênios já foi exemplificado, não há barcos salva-vidas para todos. Alguns sim salvarão suas sujas carnes.
E não quero ser salvo. Apenas mudar. Esquecer. Viver.
Tinha terminado aqui. Na linha acima, mas tive de reiniciar.
-Deligue-se de voçe mesmo, eu sempre digo a mim.
Merda é ter de ser classificado como num sorrateiro fim de semana. Ou numa situação louca acontecida. Como mostrar que meses corromperam com o que dê mais puro e lindo eu tive. Falar, falar, falar e falar já não cabe mas nisso aqui. E o jogo foi aberto. Afinal de contas as impressões tiradas mesmo as minhas podem ser equívocos, sim sei. Mas o vácuo é o maior sintoma que os equívocos possam ter se multiplicado na forma de silêncio. Esperar pelo que é dado como certo pra mim já é coisa do passado. Costumeiramente isso a mim já apreendi ao meus ossos e vísceras. Isso sim foi e é o grande saldo de toda essa amálgama. O diagnóstico de que preciso de ações mais do que palavras. Palavras sem a expressão nas ações cotidianas apenas são omissões da mesma vida cotidiana vivida.
Engraçado mesmo são as saídas e como são usadas. Utilizadas a esmo como portas de fulga num incêndio emocional e capturadas a partir do mesmo vácuo. Engraçado não? Sabem como as utilizar as manipulam tão familiarmente que dão impressão de fazerem parte dela mesmo. Se fundem juntando as peças num grande mosaico de quebra-cabeça. Instrutivo toda e qualquer experiência e o fim vai ser dado por mim. Explicarei pontualmente às crianças como delimitar o terreno. Afinal de contas não sou um geográfo em formação? Então assim delimitaremos a territorialidade de nossas vidas afim de fugir do imenso monstro abissal construidos meses a fio afim de gozá-los ao final da vida.
Se o fim a todos não sabem construir. Eu o construirei afim de ensinar. Quão pobre e baixo sou.
Infinitamente situações se colocam aos presentes, afim de instruir. Percebam todos a loucura que produzi, como um cão a ladrar, ladrar, ladrar e uma criança a chorar, chorar, chorar, chorar.
Ponto de partida é o silêncio -raciocínio lógico foi desligado- e partindo disso tudo á parte para a argumentação. Chore se puder até mesmo finja se culhões possuir. Mas a lógica é esta.
Definir a partir da morte. Definições a partir do nada. Imprevisibilidade?
Não claro que não. Apenas um pouco de morte oral para temperar nossas vidas. Nada disso fará mal.
Morte! Eu vi nos olhos, não deveria assim me balançar é morte. Milhares morrem todos os dias. O papa morreu e tá calado. Veja é claro está calado. Ponto de partida novamente a morte.
Está tudo claro, mais claro que mil litros d'água jorrando das mais limpídas nascentes dos andes.
A morte! Não! Ou melhor o silêncio. Sim, esse sim deve ser captado por mim. Devo a partir dele construir o que de resto sobrou do tsunami.
Engraçado que a outros o silêncio nada parece e as atitudes sim parecem o dado inicial. Mas o que fazer. Se de morte falamos, esperar o que senão morte e silêncio como ponto de partida de um método nobre. Parabéns à todos!
Dá próxima vez estarei apto a manipular todo este ferramental silencioso e mortal. Se assim conseguir compreender os seus meios e fins. Acho difícil a mim. Teimoso que sou, ainda fico aguardando no caís a próxima partida de minha embarcação. Sei que para o "lá" não vou mais. Agora espero outro barco, e de repente, pode o mesmo naufragar e no fundo do mar possa eu encontrar meu lugar.

Desembarque

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