sexta-feira, janeiro 20, 2006

Dias chegam, dias passam, dias correm.

Embarque

Dias chegam, dias passam, dias correm.
Vejo tudo correr ao largo passo dos dias, escorro por entre meus próprios dedos, e me refaço de rocha para encarar as ondas que querem destituir-me do que sou. Me encaro num espelho que despi no passado as minhas vestes, e eu mesmo não sei mais de mim e não me preocupo muito em cobrar isso. Ontem eu senti novamente aquele grande sopro de vida, e admito corri como um louco fugindo deste sopro estranho que conduzia ao paraíso.
Tinha raiva de como tão facilmente este vento me levava, esmurrava as paredes e queria enfiar minha própria mão na garganta e arrancar este colérico sopro de vida que envolvia-me nestas situações.
Não faço mais planos, tudo vai correndo e o tal sopro volta, e vai mexendo com minha boca. Quando o encaro, está fazendo eu de aberto corpo estendido esperando por este vento.
Os dias correram muito rápido as lágrimas secaram o contexto condiz contra, e o espetáculo acabou. Por tudo que rogo de mais sagrado sem mais espetáculo por todos nós. De muito mesmo, mas muito mesmo tempo passado, hoje me apego ao que sinto de verdade, e sei que sou um turbilhão de substâncias e sentimentos, e quando o desespero tenta acorrentar-me, dou um grande suspiro me encho de ar e pulo. Caio na água fria e salgada das minhas próprias manifestações comiserativas, mas sou eu e tão familiar que são tantas estas eu as manipulo, respiro mais fundo e mergulho a metros ainda da posição que estava anteriormente.
Eu sou isso, uma coisa assim sem explicação sem fim nem começo.
Já estou me explicando demais.
Eu sinto uma explicação mais próxima do que sou, é que sinto. Sinto demais por tudo.

Desembarque

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