quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Diarréia criativa

Embarque


A insustentável vida corroída pela indestrutível maquina das convenções pré-estabelecidas.
Tá tudo fodido e sem saída. Sem dinheiro, sem perspectiva, um ajuntamento de pele e mal humor temperado com um toque de displicencia e intromissão.
Correr pra fugir de nossos próprios pesadelos. Dormir afim de sonhar com a morte e o soterramento de sonhos e necessidades.
Ninguém sabe de porra alguma, apenas a verborragia formal engolida e regurgitada por semanas. Dê um tempo a nós mesmo.
Arranquem suas roupas! Já tentaram chupar seus próprios mastros? Conseguiram e gozaram.
A pasta escorre pelos lábios, e a linda flor ao menos tenta perfumar este quarto vazio e sem sentido, uma disposição cansada e morta.
Vida jogada pra lá e cá suando à beira do precipício de enxofre construido por milênios pelos seres intra-terrenos para nos matarem, os deuses da superfícies ou seriam os deuses da superficialidade e da mentira.
Plantar um sorriso amarelo esperando o reconhecimento da bagagem do cárcere criativo e da fileira do escravismo atual afim de entrar na grande senzala do consumo dos corações desesperados por amor luta vida e um pouco mais de desgosto ou gosto num arquétipo mentiroso de supressão e fuga.
Cuspir nos mares da ignorancia e da pobreza subindo pelos muros de sangue chapinhados por corações em fúria numa luta luxuriante por algo que prestasse nesse simulacro falso da realidade vivida e consumida como caixa de sabões em pó dispostos milimetricamente num salão de compras qualquer num lugar qualquer numa vida qualquer.
Diarréia criativa esboçada numa manhã de discussão e de chegada a diversos fin's costurados a muito tempo por este que vos fala.
Ao inferno com a vida! E pela vida ao inferno!

Desembarque

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