quarta-feira, fevereiro 09, 2005

RESILIÊNCIA

Embarque

03h37:45
RESILIÊNCIA s.f. Propriedade dos corpos sólidos que determinasua resistência ao impacto de choques mecânicos.

Uma dor me persegue, bem aqui dentro do meu tórax e vejo a multidão, todos a correrem demais a procura do que nunca encontrarão. Correm para estacionarem. Seguindo o caminho da dor...uma coisa me incomoda nestes dias, uma dorzinha fina no peito. Penso estar atrelado a minha capacidade de ser resiliente com a vida. E principalmente com o atual estado.
09/02/2005 e algumas horas de sono após a euforia de minha cabeça em não querer descançar e meu corpo almejar morrer por algumas horas deitado no meu mundo fantasmagórico e vazio vendo os sonhos tentando escolher por algum que mais me contempla-se a seguir caminhando. Mas nada. Não sonhei, apenas um sono pesado, dolorido e não relaxante. Pareço acordar todos os dias 10 anos mais velho e mais cético. Um ceticismo que até então venho agora a ver desfilar na minha paisagem seja noturna ou diurna. Aquele que impede-nos de entregar aos próximos por descrença na possibilidade da felicidade. Não vejo pessoas. No metrô o que vi eram monumentos a descrença levados a enésima potência. Correria do fim de um feriado que poderia muito bem não ter existido. Toques de horror e raiva, encarcerados num foço qualquer de minha mente. A mentira dos toques.
Arrancar esse vento uivante que passeia pelo meio de meu peito e que faz da minha respiração um trabalho árduo de um operário numa siderurgica, a fundir o aço, extrair do minério o produto possível a milhares de sonhos céticos e pobres de vida.
Se entregar dói, desfazer certos caminhos que por muito tempo foram usados, deixá-los de lado, abrir uma picada nova no reino das folhagens. Ser só, não depender de ninguém para construir a própria felicidade, talvez esse seja o maior esforço a se fazer na hora do soterramento a um amor louco e puro, numa forma nunca dante's provada na vida. Esse amor foi uma picada nova aberta no seio de minha floresta corpórea, talhada com dor, sexo, vida.
Desfazer este caminho que por tanto tempo foi almejado, lutado, gritado com raiva as vezes por quem parecia merecer o nirvana de sua existência por tanto se fazer aperceber de que aquilo era o certo a se fazer.
Deixar a vegetação tomar tais caminhos e abrir outros, um facão e força de vontade para fazer novas trilhas...os mesmos caminhos ainda estão abertos, mas neles não consigo ver alguma luz que me diga se ainda serão trilhados um dia...abrir novas frentes e ainda sonhar com o uso de tais caminhos.

Desembarque

Um comentário:

Anônimo disse...

um beijo pra você, querido.

rafa.